Acordamos já com as malinhas arrumadas. Meu coração meio triste, pois o Dani decidiu não ir conosco. Ele tem que se inscrever na Universidade até dia 6 de janeiro e até lá, ele está infurnado no computer, terminando o portfólio. Vai passar esses tres dias, literalmente trabalhando.
Ele nos levou então para Victoria Coach Station. Entre um ônibus e outro, uma mega chuva nos fez tomar um táxi, daqueles típicos de Londres. Eu ainda, por incrível que pareça, não tinha entrado num desses.
Viajar de ônibus na Europa é meio bagunçado. Nas viagens que fiz entre Paris Amsterdam e Londres, já deu para perceber. Mas conseguimos chegar ao nosso gate 18 com antecedência, porque pontuais eles são. É diferente daqui, que há várias companhias de ônibus. Lá tem a National Express. E a para a Europa, ou seja, viagens internacionais, a Eurolines.
Victoria Coach Station lotada, mal podíamos andar. Imagina! ante véspera de Natal!
Uns dez minutos antes da hora marcada, chega uma senhorinha, chamando os passageiros para York. Meio bagunçado, deixamos nossas malinhas no bagageiro e entramos no ònibus, onde não há poltronas marcadas, chegou, sentou. Já ao norte de Londres, vimos como tinha nevado e, na estrada, tivemos a exata noção da nevasca aqui na Inglaterra.
Uns 40 minutos depois, um calor insuportável se apoderou do ônibus inteiro e todo mundo começou a tirar os casacos, cachecóis e afins. A tal senhorinha era também a motorista do coach e pelo microfone deu as instruções a serem seguidas e avisou que o aquecimento estava com defeito. Ou seja, tudo bagunçado mesmo, a gente foi meio que cozinhando até a parada no meio no caminho.
Meia hora de parada, café rápido, xixi, cigarro, comidinhas e água para o resto da viagem. Até que passou rápido, pois quando dei por mim, estávamos chegando a York. Mais ou menos 6 horas de viagem, de 1 da tarde a quase 7 da noite. Já na entrada da cidade, dá pra sentir o clima. ..Todas as casas com bay windows nas quais árvores de Natal são cuidadosamente colocadas, iluminadas e deixadas à vista de quem passa na rua.
Na estação, um frio brabo mesmo!!! E a cidade coberta de neve, telhados brancos e fumacinha saindo da boca. Pedimos informação sobre a localização do nosso hotel e decidimos pegar um táxi, cujo chofeur, simpático, exibia cabelos louros, cuidadosamente arrepiados com gel. Um carro, quentinho e cheiroso, que nos custou 5 pounds, nos conduziu ao The Grange Lodge guest house, numa rua de casas iguais com umas 7 0u 8 dessas bed &brekfast. A rua totalmente tomada de neve, o clima de cidade de sonho… Que presente de Natal!!!!
Deixamos nossas malinhas no quarto e mesmo sendo já noite saímos para o nosso tradicional reconhecimento de terreno. Nosso hotel fica a waking distance do centro antigo da cidade. Isso quer dizer uns dez minutos a pé. A essa hora, o importante é se localizar, localizar o super mercado mais perto, onde fica o que você quer ver no dia seguinte e entrar no clima da cidade. Foi o que fizemos. A cidade é pequena, parece um conto de fadas medievais. Mas quando você dá de cara com York Minster, a catedral, uma das maiores da Europa, dá um nó na garganta. A cidade é cercada por muralhas : the walls. A iluminação é fraca. Então o clima é mesmo de idade média. Pouca gente na rua, na maioria garotos. Demos uma espiada nas lojas já fechadas mas se organizando para a mega sale de amanhã, dia 24. Vimos vários pubs, mas como estávamos nos ambientando, optamos por nos abastecer no mercado, tentar dormir cedo, acordar mais cedo ainda e aproveitar a cidade até o povo se recolher para o Natal… Até porque, para entrar no hotel depois das 10 da noite, são três portas. A primeira é um portãozinho meigo, a segunda uma chave que nos foi dada na chegada e a terceira, tem um código, estilo Da Vinci Code, que está escrito numa etiqueta junto a chave. Mas acho que com três ou quatro pints (canecas enormes de cervja servidas nos pubs), não seremos mais capazes de digitar o tal codigo e só nos restaria congelar na rua.