Saímos do café… A chuva a esta altura, transformou-se em pequenos canivetes, que nos atingiam por baixo do guarda chuva.Eu e Carol desenvolvemos uma linguagem afro européia e sempre proferíamos palavras nesse idioma, quando o frio apertava. Nesse dia, dissemos textos complexos! O frio era de rachar o bico… Mas mesmo assim, decidi conhecer o interior do que eu achava ser a Cathédrale de Notredame de Rouen.
As duas e meia em ponto, uma moça abriu a enorme porta e sorrindo nos disse para entrar. Um momento completamente mágico. O interior é indescritível, e como estávamos sozinhas, nos sentimos mais minúsculas ainda, diante daquele monumento. Como sempre, agradeci, embevecida com todos os detalhes das colunas e dos vitrais.
Descobri então que não se tratava da Catedral e sim da Abattiale Saint-Ouen.
Na saída, ainda tremendo de frio, pegamos o mapa de Rouen, o que fez revelar uma cidade que por pouco deixamos de conhecer por causa de um “friozinho de nada e de uma chuvinha boba”! Decidimos então, procurar a Rua do Gros Horloge e, num passe de mágica, a chuva foi diminuindo, o vento passou e tudo se transformou numa tarde maravilhosa.
Enquanto procurávamos o tal relógio… ( como se fosse normal) descobrimos uma cidade agitada, um comércio bombando, carros passando, numa mistura de idade média com progresso, lojas, grifes, todas preservando o prédio em que estão instaladas, conferindo um charme a mais. Tudo em liquidação massiva, não resistimos e misturamos num piscar de olhos, nosso passeio cultural, à mais pura e selvagem caça capitalista às pecihinchas de Rouen. Ninguém resiste a um casaco lindo a…. 12 euros!!! Camisetas e bijuterias? 1 Euro. Uma pechincha! Retomamos nosso contato com a cultura e, encontramos enfim, la Rue du Gros Horloge! Uma senhorinha nos indicou o caminho certo. Voltando, demos de cara com a catedral . Outro momento indescritível… A catedral de Notredame de Rouen.
Esta foi a Catedral pintada por Monet, mostrando que a cada hora do dia, podíamos ter um “impressão diferente” do mesmo objeto. IMPRESSIONISMO…Há muito tempo vejo esses quadros em fotos e pude vê-los tête à tête no Musée d´Orsay em Paris. Mas vê-la assim, na minha frente, quase como um acaso, foi um presente dessa viagem, que quase escapou mas que felizmente está gravado na minha retina.
Tivemos mais um dia maravilhoso. Voltamos à pé para a estação e esperamos nosso trem. Voltamos para Paris, no trem cuja passagem já estava comprada. Pra variar, a hora do trem, era 19:11…às 19:10 ouvimos o trem chegando.
Nota: De Paris a Rouen é um pouquinho mais de uma hora de trem.
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