Voltamos para casa, comprei meu Beaujolais Nouveau no chinês conhecido desde o ano passado, um chèvre,uma baguette e já estávamos com nosso jantar garantido.
Logo que chegamos, começamos a planejar nossa volta para Londres. Mas um susto ao ver o preço da passagem de volta no Eurostar, me tirou a calma. Michel chegou e disse que era melhor irmos pessoalmente à Gare du Nord, assim que acordássemos. Enquanto isso, nos ofereceu um salmão delicioso.
Nem preciso dizer que não dormi. Teria que acordar cedíssimo, correr até a Gare du Nord, resolver as passagens, correr até a ótica na qual tinha encomendado meus óculos…
Assim fiz. No metrô, eu pensava…Nossa! Como é que uma simples passagem de volta, pode custar mais do que tudo que já fizemos em euros até agora?
Resumindo: 3 dias de hotel em Bruges – 280 euros. Despesas gerais, incluindo passagens 100 euros. Como uma simples ida de Paris para Londres podia custar 460 euros? Pânico! Um frio louco em Paris e euzinha suando de tanto correr. Cheguei à Gare du Nord, procurei o guichê do Eurostar. Fui rapidamente atendida. O simpático ( e gatíssimo) rapaz me explicou o mistério. Se você comprar somente a passagem simples, ou seja, só a ida, o preço dobra! Pedi então a passagem mais barata. Ele me disse que comprando ida e volta, pagaria bem menos. -Jetez le retour dans la poubelle, si vous voulez! Ou seja, joga a passagem que você não usar, na lixeira. Eram 9 horas da manhã e comprei a passagem para 13:01. Isso mesmo: 13:01! começou então minha gincana. Pegar o metrô, conexão, sobe, sobe , sobe, anda, anda, anda, desce, desce, desce, outro trem, sobe tudo outra vez, cheguei à minha ótica, peguei minhas armações, infelizmente correndo, agradeci a gentileza de Florence, que tinha embalado tudo com carinho para que eu pudesse viajar.
Depois de muito correr, cheguei em casa, liguei para o “taxi bleu”, que em 7 minutos, nos esperava na rua. Chegamos à Gare du Nord, para variar, com uma hora de antecedência…Desta vez, não sei se pela expriência ou pela exaustão, nem liguei para a imigração. Falei em francês mesmo, meio sem paciência, e respondi às radicionais perguntas com um simples. Nous sommes venues de Londres! Alors…
Na fila da imigração, uma senhora muito perua, com carregador de malas particular, queria passar sem imigrar. Uma figura assustadora. Um mix de Dercy Gonçalves com Donatella Versace, enrolada num pano, com óculos escuros. Êta lê lê!!!
Acho que por causa das promoções, em plena crise, o trem estava lotado!
Ao chegarmos em Londres, enquanto tomávamos um café…passa por nós, Caco Barcelos. Meu cansaço me impediu de comprimentá-lo. Mas registrei o encontro… assim mesmo.