Hoje, terça-feira gorda, o carnaval está indo embora. E eu, ainda com tantas estórias pra contar, não posso deixar de registrar essa passagem. Não sou muito de bloco, de perambular pelas ruas fantasiada. No verão escaldante, prefiro hibernar num bom ambiente com o ar refrigerado bombando. No entanto, é impossível escapar das inevitáveis reportagens ao vivo, mostrando como todo mundo está se esbaldando na folia. E mesmo sem a mesma empolgação, as escolas de samba o Rio de Jeeiro, invadem o nosso habitat. É a ditadura da felicidade. Por princípio, não gosto de datas impostas. O mais gostoso da vida é o imprevisto. O acaso.
Já fui à Sapucaí e talvez seja o único espetáculo carnavalesco que eu realmente goste, ao vivo e a cores. No entanto, ver pela televisão é um suplício. Um outro ritual. Comentaristas, narram compulsivamente qualquer detalhe, provando que estudaram as apostilas a finco. Entrevistas ridículas antecedem a entrada triunfal da escola na avenida E as escolas de samba, de uns anos pra cá, esqueceram exatamente do samba. Não houve um sequer que empolgasse.
Lembro que quando era pequena, me preparava junto com minha mãe, para ver a transmissão do desfile. Ainda em preto e branco, imagine! Fazíamos sucos, sanduíches e transformávamos a sala em camarote. Minha mãe, mangueirense doente, torcia o nariz para todas as outras escolas. E passávamos a noite acordadas, vendo as escolas passarem, comentando os tropeços e percalços dos sambistas. Era muita emoção. E eu esperava por isso. Mas meu olhar mudou.
Acho que esse código, sempre foi o sabor do meu carnaval. Minha mãe. Uma foliã de poltrona, das mais amimadas. E me lembro que no último carnaval, em que ela estava conosco, saímos eu e as crianças, para comprar uma televisão bem grande. Queríamos animá-la e, o desfile das escolas de samba, era um bom pretexto. Em plena sexta-feira de carnaval, chegamos eu e Carol com uma enorme televisão.
– Vamos mãe! Vem ver o que a gente comprou! Num passo de passarinho, ela levantou da cama, veio até a sala e sorriu. Mas não assistiu aos desfiles. Já estava muito cansada. E nem a televisão nem a Mangueira fizeram mamãe levantar. Nem eu.
Sinto falta dela.
Sinto falta da minha mãe.
Naquele canto está faltando ela e a saudade dela ainda dói em mim…
Olá…encontrei seu blog outro dia, “fuçando” sites de viagens. Também me emocionei com este post, pois como você, sinto muito a falta da minha mãe. Estou por aqui lendo os relatos de suas viagens e me inspirando à viajar cada vez mais, que é o que definitivamente, quero fazer para o resto de minha vida!!! Cheguei recentemente da minha primeira viagem à Europa e já estou planejando voltar em abril/maio/2011. Só conheci Paris/Praga, mas na próxima, quero conhecer Londres e Amsterdan e retornar a Paris, que eu amei!!! Novidade, né?! Estou tomando coragem para ir sozinha desta vez. Se precisar, posso pedir umas dicas à você quando começar a montar meu roteiro? Desta vez pretendo gastar menos, sabe? Gastar em “orro” não é nada fácil!!! Na volta… quando a fatura do cartão chega, bate uma “deprê”!!!
Um abraço!!!
Claro Eliana! seja muito bem vinda! Na Europa é fácil viajar sozinha, até porque é facil fazer amizade e é seguro. Qualquer pergunta que eu puder responder, estamos aí!
Grande texto!!! É para isso que o blog serve , para que nos visitemos!!!!!Eu virei mangueirense por osmose, sóporque ela era mangueirense. Não foi só vc que mudou, o Carnaval também. O que a gente gostava era de esperar o imprevisto, o erro, o jogo de cintura daquelas pessoas que queriam se divertir e divertir os outros. Mas i improviso criava a beleza. O Carnaval industrializado do rio e que eu vi ser construido na Bahia tambe'm com a coloboração da TV Bandeirantes, faz com tudo fique tão certinho que fica chato. Os erros davam o molho das coisas.Lindo texto.Cheguei ontem de Punta Cana, Rep. Dominicana. Maravilhosa surpresa!!! Depois te conto.mil beijos,pat
1fiquei muito comovida com seu texto. O blog é ótimo, adoro as descrições engraçadas das suas aventuras. parabéns!