Chegar a Versailles é uma emoção daquelas.
Como chegar?
Pega-se um trem na estação Montparnasse em Paris. Um trem cheiroso, de 2 andares. Em menos de 15 minutos, ou 13, porque aqui os horários são assim. Chega-se a uma estação simples. Não há painéis informando que o Château é logo alí, mas quando você procura por informações, antes mesmo de perguntar alguma coisa, você encontra um papelzinho furreca, com o mapinha saindo da estação, e chegando ao castelo… 10 minutes à pied (10 minutos a pé).
Andando pela cidade, você nâo consegue imaginar como o grandioso Château de Versailles pode estar por alí. Até que você vira uma esquina e ao longe, tem-se a visão.
Mais uma vez, nenhuma foto faz juz ao que vimos. Nem ao dia maravilhso que passamos, passeando pelos jardins, ora a pé, quando o vento nos empurrava, ora de trenzinho, para guardar energia e poder ver mais e mais.
Há que separar um dia inteirinho. Chegamos à bilheteria, uma pequena fila onde se ouvia todos os idiomas, inclusive o português. Um pai de família, meio ditador, dizia à sua prole e sua esposa, tudo que lia e tudo que ele já tinha decido fazer.
Compramos nossos ingressos para o dia inteiro, incluindo uma jóia recém restaurada. Les domaines de Marie Antoniette. O Petit Trianon, construído para que ela pudesse “escapar” de vez em quando, dos salamaleques da côrte.
Vimos os aposentos do Rei Sol, cujas janelas se abrem para o nascer do sol…No lado oposto, os aposentos da Rainha. Chega-se então ao Grande Salão dos Espelhos, onde cada enorme janela é oposta a um enorme espelho.
Imaginei um baile, damas emplumadas, candelabros lotados de velas, e lógico, euzinha toda empoada…Com certeza, uma de minhas encarnações foi entre o Gótico e o Rococó.
Depois desse êxtase, fomos para os jardins.
Um vento gelado, cortava as mãos. Decidimos pagar seis euros e irmos sentadinhas, até o Petit Trianon. Decisão acertada, pois é muuuuuito longe, e embora a paisagem valha a pena, a pé as perninhas certamente declinariam da idéia de chegar. Além do mais, você pode descer do trenzinho em qualquer parada, passear um pouquinho e voltar ao trenzinho com o mesmo ticket. Uma bênção no inverno.
Fotos, e como ninguém é de ferro, um sanduba, um café. Fizemos nosso lanche, nos jardins do Petit Trianon…como se fosse normal e corriqueiro. Jardins lindos, árvores saudosas de suas folhas, e um rio artificial, onde patinhos tentavam nadar nas águas congeladas. Um cisne gostou de nós e saiu da água, vindo em nossa direção como um cachorrinho querendo atenção. Decidimos imediatamente que precisamos ter um cisne também. Voltando de trenzinho aos jardins que apresentam o castelo e é aí que se tem noção do que Luis XIV queria. Não há limite para a paisagem. Nem os jardins nem o castelo, terminam… Quanto mais você desce, mais o Château se mostra maior e mais imponente. E mais você se deslumbra.
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